Ao ouvir essa semana a reclamação de uma professora colega de trabalho sobre sua reprovação na fase de entrevistas em um processo seletivo de mestrado publico, após ter alcançado a melhor nota na prova escrita, e nem ter feito avaliação de língua estrangeira por ter estudado por mais de 6 anos e ter um inglês fluente...Segundo suas palavras poucas perguntas foram feitas sobre seu estudo e suas relações com a linha de pesquisa proposta, mas a pergunta mais enfática foi exatamente “aonde” ela estudou, e quem eram os doutores da instituição que ela conhecia ...
Respondendo que ministrava aulas durante o dia o que deixava pouco tempo para freqüentar os corredores da academia além de descrever que se graduou em uma instituição de estudo e pesquisa filantrópica ...como resultado o sentimento da banca foi de reprovação ... assim esse jogo de cartas marcadas resultou nas vagas para alguns que mal tinham feito projeto descente...
Falando assim, ate parece choro de derrotado, mas quem sabe o dia a dia da academia e das instituições publicas de ensino (que é o meu caso), sabe muitíssimo bem que existem profissionais honestos e dignos, mais também sabemos que muitas dessas vagas, nascem de cadeiras cativas, se tronando uma máfia muito mais ligada ao QI do que a competência.
Onde daí se desdobram núcleos de pesquisa inoperantes que sempre pesquisam a mesma coisa repetitiva e inventando pelo em ovo ... tendo como o único e instigante olhar nas famosas e gordas bolsas de instituições particulares e principalmente do governo ... sem se ater a realidade da criação dos núcleos de estudo e pesquisa que teriam como cerne, a formação de pesquisadores e grupos que desenvolvem trabalhos novos com certa autonomia, visando o resultado de algum problema instigante e o desenvolvendo uma melhora de vida para a sociedade.
Ou seja “fica tudo lindo na teoria, mas na pratica é bem diferente”
Inclusive é valido lembrar também que a academia, ou pelo menos a maioria delas, não se importa realmente e transmitir seus resultados para a sociedade como um todo (principalmente a área de humanos), que se esconde dentro de seus dizeres dificultosos, o que só afasta mais a academia do povão ...
Lembro bem da época que defendi minha tese na graduação (inclusão social através do futebol), e após minha defesa no momento de perguntas da banca, uma senhora doutora me fez a seguinte pergunta :
“Como o Sr. Aluno pode nos entregar uma monografia cheia com linguajares populares e simplórios” ...
bem respirei fundo e minha resposta foi :
“Sra. Utilizei em minha pesquisa grandes autores, mas minha principal fonte foi olhando e me introduzindo no dia a dia do grupo social que pesquisava (que era um grupo popular) , daí o tal “linguajar”, além do mais o resultado da minha pesquisa é para a sociedade não para academia” ...
Bem o olhar da tal doutora, foi como se quisesse comer meu fígado vivo ... no final fui aprovado com louvor, com a nota de 9,5 (adivinha que me tirou 0,5 ponto ... ? ) ...
Essa minha lembrança foi só para conceituar como a academia a cada dia olha mais para dentro do que para fora ...
Lembro e repito não são todas as instituições tão pouco todos os decentes que trabalham dessa forma existe pessoas honestas que buscam uma melhoria de nossa sociedade, mas acredito e tenho certeza de que todos aqueles que são ou já passaram pela academia, sabem e ratificam muito bem o que eu disse ... a não ser que façam parte de tal seleto grupo dos “detentores do saber” ...
Comente, Opine ...
Att ...
Carlos Sarmento ... !
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